Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo

Carta resposta ao jornal Folha de São Paulo

Ao Jornal Folha de São Paulo

REF: “Vetados em SP, outdoors exaltam programa de Doria na divisa da cidade”

Prezado Editor:

Com relação à matéria publicada na Folha de São Paulo, em 3 de maio de 2017, com o título “Vetados em SP, outdoors exaltam programa de Doria na divisa da cidade”, o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo – SEPEX-SP, tem a manifestar o seguinte:

Causa-nos estranheza o direcionamento dado ao texto, levando a um questionamento claro, na matéria, sobre a utilização de outdoors na Rodovia Ayrton Senna, no Município de Guarulhos, veiculando mensagens sobre o Programa Cidade Linda, implementado pelo Prefeito João Dória.

A impressão que a matéria nos deixa é que um município como São Paulo, que recebe milhares de turistas e empresários de vários segmentos, anualmente, e é o maior centro de negócios da América do Sul, deveria se “envergonhar” e não fazer publicidade das ações que vêm sendo promovidas pelo administrador da mesma.

A matéria cita dois urbanistas comentando a veiculação da publicidade em peças de Publicidade Exterior, que simplesmente não apresentam coerência na argumentação que defendem.

A Sra. Regina Monteiro, por exemplo, diz sentir uma certa “estranheza” com a atitude do Prefeito. Talvez a referida urbanista desconheça o fato de que, cidades com o mesmo perfil de São Paulo, realizam constantemente campanhas publicitárias convidando turistas e empresários para uma visitação, promovendo a cultura e movimentando a economia local.

Já o Sr. Lucio Gomes Machado afirma, categoricamente, que o município de “Guarulhos está atrasado no sentido de permitir propagandas em outdoor, e o prefeito de São Paulo não deveria incentivar isso”. Baseados nesse mesmo argumento e raciocínio, cidades como Nova York, Tóquio, Barcelona, e tantas outras famosas pelo mundo, seriam também centros “atrasados” já que contam com a veiculação de publicidade em peças de Mídia Exterior de vários tipos. E quem as conhece sabe o quanto essas metrópoles se valem desse tipo de mídia (outdoors, painéis, “busdoor”, empenas, painéis eletrônicos, mobiliário urbano, etc.), para atraírem visitantes do mundo todo, gerando mais negócios para sua economia.

A matéria lembra a Lei de 2007, quando a cidade de São Paulo, com uma simples canetada dada em um projeto ditatorial, conduzido pelo ex-Prefeito Gilberto Kassab, extinguiu, em poucos meses, uma atividade tradicional legalmente estabelecida, deixando desempregados milhares de profissionais do dia para a noite.

Alegando motivos estéticos e urbanísticos, a lei “Cidade Limpa” “vendeu” uma imagem calcada puramente no marketing eleitoral, fazendo com que a nossa cidade perdesse muitas de suas características visuais. Uma análise mais profunda de tal Lei mostra que os “especialistas” que incentivaram e defenderam a chamada “despoluição visual” deram vazão ao seu radicalismo sem possuir um histórico e conhecimento mínimo da dinâmica que rege a cidade de São Paulo.

O resultado dessa atitude desastrosa jamais trouxe qualquer benefício em termos de embelezamento ou melhoria do ambiente urbano, deixando, sim, marcas que podem ser vistas nas ruas até hoje. Basta andar por algumas ruas para constatar o abandono e degradação dos principais pontos de referência da cidade, pichações em praticamente a cidade toda, lixo acumulado, ruas escuras e perigosas.

Hoje São Paulo, como outras grandes metrópoles, conta com algumas formas de Publicidade Exterior como os relógios de rua, o mobiliário urbano nos pontos de ônibus, “mupis”, etc., todos trazendo benefícios, comodidade, segurança e informações para a população, além de gerar negócios para o município, melhorando a arrecadação e criando empregos. Ou seja, quando regulada e fiscalizada, como acontece hoje no Município de Guarulhos, e na própria Capital, a Publicidade Exterior sempre mostrará sua força e pujança.

Quando nosso prefeito, com um perfil de gestor, inicia um imenso trabalho de melhoria da cidade em vários aspectos, levantam-se novamente as vozes do passado, reclamando e usando os mesmos argumentos desgastados, clamando pela manutenção “menos poluída e pensada” do ambiente urbano. A pergunta que fazemos é: o que esses mesmos “especialistas” fizeram pela cidade nos últimos anos, além de torná-la mais cinza e degradada? Que contribuição deram ao nosso município para tornar a cidade mais limpa e mais linda como pretende o nosso atual prefeito?

Argumentos sem sentido, baseados em ideias petrificadas e sem qualquer ligação com a realidade atual da cidade, não merecem avaliação ou consideração.

Deixem que o nosso prefeito anuncie sim que teremos uma cidade linda para todos e não uma cidade limpa para poucos.

 

Atenciosamente,

Luiz Fernando Rodovalho

Presidente – SEPEX-SP

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